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De costas voltadas
Acotovelados pela lida, nada vemos
A vida espalha-se apressada alheia ao querer
Não há tempo para olhar olhos-nos-olhos
Não existe tempo, como me poderás conhecer...



Vamos vivendo assim assim, tudo achando natural
Sem ver, seguimos sem abrandar passo
Não conhecemos vizinhos, soltamos um olhar de desdém
nada de cumprimentos, sorrisos, muito menos um abraço

E um abraço é tudo quanto este mundo precisa
tristes, perdidos, mergulhados em egoísmo
vivemos tempos de medo, de incerteza e de briga

Criamos dias sombrios, sem termos mão amiga
aumentamos os muros e as pontes derrubamos,
cada um por si, resvalando lentamente no abismo
Antonio Gallobar
2009

2 comentários:

chica disse...

Que beleza de poesia e tua foto de costas voltadas, ficou linda! abraços, bom te ver! chica

António Gallobar - Ensaios Poéticos disse...

Obrigada amiga chica é sempre o prazer estes reencontros, na verdade tenho andado ausente o facebook rouba-nos tempo... beijinhos