O que restará de mim
senão o sonho…
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Envolto na brisa suave
junto á margem deste rio
a coberto pelo manto
que me impede de ver
um pouco mais além
continuarei firme
fiel, á vida
mansa ou impetuosa
prisão que me amarras
neste cais
espartilho que magoa
que dói
e vai continuar doendo,
o tempo arrasta-se,
o voo da ave risca o céu
o céu que a minha boca sentiu
amargo ficou de repente
catarse da alma que pereceu
marca os limites
até onde posso ir
gosto a saudade
corda que se partiu
amor que nunca tive
nunca amei
Pudera eu ser livre
e teu escravo seria
pudesse eu ver a luz
e cego ficaria
limite dos meus sonhos
dos meus beijos e loucuras
choros e gritos do meu eu
do que pensamos ser e não somos
do que fui, sou e serei